segunda-feira, 5 de setembro de 2011

=Dulce=

Se houvesse ainda talismã bendito
Que desse ao pântano — a corrente pura,
Musgo — ao rochedo, festa — à sepultura,
Das águias negras — harmonia ao grito...

Se alguém pudesse ao infeliz precito
Dar lugar no banquete da ventura...
E trocar-lhe o velar da insónia escura
No poema dos beijos — infinito...

Certo... serias tu, donzela casta,
Quem me tomasse em meio do Calvário
A cruz de angústia, que o meu ser arrasta! ...

Mas se tudo recusa-me o fadário,
Na hora de expirar, ó Dulce, basta
Morrer beijando a cruz de teu rosário! ...

(Castro Alves)

2 comentários:

Obrigado pelo carinho,por deixar seu comentário,espero que tenha gostado ,volte sempre!!

Abraços com carinho!

└──●► *Rita!!